sábado, 17 de agosto de 2013
O Chafariz do Largo do Rato
Chafariz urbano, projectado em 1752 por Carlos Mardel, integrado no ramal do Loreto. Segue a tipologia de chafariz de espaldar, com um forte carácter cénico barroco, disposto em dois níveis, ligados por escadas laterais, com duas bicas em forma de florão. Possui um teor cenográfico, apesar de diluído pelo alargamento do largo em que se insere, incrementado pela construção de um nicho miradouro sobre o muro a que se adossa a estrutura, semelhante aos lanternins que sobrepujam alguns troços do Aqueduto das Águas Livres, nomeadamente o de Campolide. Apresenta dois níveis de tanques, cada um com o seu espaldar, o inferior simples, dividido por pilastras toscanas, rematado por platibanda, contrastando com a zona superior, mais exuberante, com o espaldar dividido flanqueado por pilastras e aletas, tendo o pano marcado por várias almofadas que parecem sustentar a estrutura do remate, em friso e cornija, e pela tabela que, ao contrário de outros chafarizes contemporâneas, se apresenta contracurva, rematando em botão, encimado pelos típicos lacrimais. As bicas são projectadas, em forma de campânulas, ornadas por acantos, que vertem para dois tanques semicirculares, de perfil galbado e bordo boleado, chapeado a ferro e possui réguas para sustentação do vasilhame. O remate é clássico, com pequeno frontão triangular e urnas, a central mais elaborada, sustentada por plinto ornado por volutas. No lado direito da estrutura, adossada ao muro, fica a caixa de água, de planta quadrangular, com estrutura em cantaria e cobertura em três águas do mesmo material, flanqueada por pilastras toscanas e rasgada por porta de verga recta, emoldurada e encimada por bandeira, actualmente entaipada, tendo o vão protegido por porta metálica pintada de verde.
O chafariz segue, o esquema mardeliano com dois níveis de saída de água, o elevado para a população, com tanques individualizados, e o inferior para os animais, semelhante ao Chafariz da Esperança apesar de se apresentar menos exuberante.
Conheço este chafariz desde criança e ainda me lembro de subir as suas escadas, quando regressava da escola com a minha mãe. Por isso ele tem de ser especial para mim.
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